domingo, 28 de outubro de 2012

Farid e Serra, em comum

Em junho de 2010, após ter a casa invadida, o ex-prefeito Farid Madi (PDT) comunicou que abandonaria a vida pública "definitivamente".

Dois anos depois, candidatou-se à Prefeitura. Tentou se aproveitar das sucessivas avaliações negativas do governo da prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB). E buscar uma espécie de vingança: em 2008, quando tentava a reeleição, perdeu dela ainda no primeiro turno.

Neste domingo (27), terminada a apuração em Guarujá, a constatação: Farid Madi (PDT), novamente derrotado por Antonieta, teve menos votos no segundo turno do que no primeiro (60.499 no primeiro e 59.200 agora; em termos proporcionais, passou de 35,34% para 35,75%).

Antonieta, com 64,25%, ganhou 106.415 votos, teve apoio de adversários nacionais em sua campanha (PT e PSDB) e recebeu 25,2% votos a mais do que na primeira fase. Em números absolutos, 21.418 novos sufrágios, apesar do crescimento das abstenções (7.709 eleitores a mais faltaram neste domingo do que no dia 7.

Talvez a maioria do eleitorado não rejeite Farid Madi. Apenas o esteja fazendo confirmar o anúncio de dois anos atrás -- o de que deixaria a política.

Capital -- O recado dado em Guarujá ecoa em São Paulo. José Serra (PSDB), derrotado para Fernando Haddad (PT), havia deixado o mandato de prefeito pela metade em 2006 para se candidatar a governador.

Venceu a eleição estadual, é verdade. Mas deixou a terrível impressão de ser incapaz de cumprir promessas básicas: comprometeu-se a exercer todo o mandato de prefeito e não o fez. Qual a garantia de que agiria diferentemente agora?

O fato de o PT conseguir agora a Prefeitura paulistana tem mais força do que em 2000, quando Marta Suplicy ganhou (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 'criador' de Haddad, ainda não governava o País). E mais do que em 2004, quando Marta perdeu a reeleição para José Serra (Lula ainda estava se firmando na Presidência).

A diferença, neste momento, é que o PSDB não é governo e não sabe se opor. Precisa ressurgir. Carece de nomes que empunhem a bandeira de uma oposição responsável e com propostas. Serra, a cara do partido hoje, sobretudo em seus defeitos, está com 70 anos.

Tirando-se as falhas de caráter e os métodos condenáveis de campanha, a necessidade de começar de novo também se aplica ao PT em Santos.

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