Os políticos brasileiros estão como atiradores às vésperas de uma temporada de caça: preparam as armas e treinam a mira para ver quantos exemplares conseguem abater antes que o período de carnificina acabe.
Mas a 'caça' -- cidadãos com ou sem mandato cujas pretensões são as melhores possíveis (para eles próprios) -- está louca para se entregar. Não vai fugir nem resistir. Quer mais é que a escolham e lhe deem um tiro no meio das fuças.
O que provoca essa 'revolução dos bichos' às avessas? Um negócio (afinal, é mesmo um negócio) batizado previamente de PDB, sigla para Partido da Democracia Brasileira. Deverá ter como expoente Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e cuja saída do DEM pode ocorrer ainda hoje.
O planejado PDB é de interesse inicial do PSB, presidido, no Estado, pelo deputado federal licenciado Márcio França -- que tinha planos para um posto de destaque no Governo Dilma Rousseff, não os concretizou e bandeou para o primeiro escalão do tucano e oposicionista Geraldo Alckmin, governador paulista.
Contudo, não é só entre boa parte dos socialistas (?) que o PDB causa um prazeroso alvoroço. A ideia é criar o PDB para uma posterior fusão ao PSB. E aí começa uma manobra politiqueira que dará chance a qualquer político com mandato, de qualquer partido, de cometer a tal infidelidade partidária sem ser punido por isso.
Como assim? E a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que veda essa prática medonha?
Assim é que o texto da Resolução 22.610, de 2007, indica o seguinte:
"§ 1º - Considera-se justa causa [para trocar um partido por outro sem estar sujeito à perda de mandato]:
I) incorporação ou fusão do partido;
II) criação de novo partido; (...)"
Simples: começa-se pelo inciso II (a criação de um partido), passa-se pelo inciso I (ocorre a incorporação ou fusão a outro) e está preparada a "justa causa" para que os políticos migrantes ao PDB e possivelmente fundido com o PSB procurem um terceiro partido político (haverá mais 26 legendas disponíveis nesse varejão).
Daí porque setores do Governo Federal se apressam em tentar atrair Gilberto Kassab (hoje no DEM, um dos partidos de oposição ao Planalto) para seu lado. Ninguém lá é bobo: sabe que a criação de um partido no qual há pessoas descontentes com o Governo (como Márcio França) é um risco em potencial à manutenção da maioria governista no Congresso.
Não há medida moralizadora do TSE que resista à capacidade maquinadora dos cérebros políticos em desmoralizar as instituições -- dentro da lei.
2 comentários:
Diria Kassab ao ler teu post: VAGABUNDOOOOOOOOOOOO!!!
Olhando pro espelho, certamente...
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