sexta-feira, 20 de julho de 2012

Ibope para prefeito de Santos


Green statsPalpiteiro incorrigível que sou, poderia achar que o candidato Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) só perderá a Prefeitura de Santos se quiser. Mas há poréns, a serem destacados daqui a pouco.

Digo isso porque uma pesquisa Ibope, feita sob encomenda da TV Tribuna e divulgada nesta sexta-feira (20/7) no 'Jornal da Tribuna - 2ª Edição', mostra o tucano com 35% das intenções de voto. Telma de Souza (PT) tem 25%; Beto Mansur (PP), 11%.

Ainda: Fábio Alexandre Nunes, o Fabião (PSB), 5%; o concorrente governista, Sérgio Aquino (PMDB), 2%; os outros quatro prefeituráveis nem sequer foram citados. Há 14% de votos nulos e em branco e 7% de indecisos ou que não revelaram em quem votariam em 7 de outubro próximo.

Os dois ex-prefeitos estão muito à frente em índices de rejeição: 44% dos entrevistados não votariam em Mansur de jeito nenhum; quando se fala em Telma, 31%; em Aquino e no ex-vereador José Antônio Marques Almeida, o Jama (PRTB), 13%; Barbosa, o líder na sondagem, é rejeitado só por 10%.

Ouviram-se 602 eleitores entre os dias 17 e 19, com margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos. E, a partir daqui, começam os poréns citados lá em cima:

a) Todos erramos, e o Ibope é prova disso. Foi por causa de uma enorme disparidade entre pesquisa e resultado nas urnas (previa-se vitória de Telma em 2004, com sobras, mas a verdade foi a apertada eleição do atual prefeito, o peemedebista João Paulo Tavares Papa) que se criou o Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT). E, já em 1984, um levantamento de boca de urna do Ibope havia indicado Rubens Lara na cabeça. Ganhou Oswaldo Justo, de longe;

b) Faltam dois meses e meio para as eleições, e a propaganda no rádio e na TV começa só na segunda quinzena de agosto;

c) O nível de rejeição a Beto e Telma parece se dever ao simples fato de que ambos já foram prefeitos (no caso do primeiro, há menos tempo, e mais pessoas se lembram de seu governo do que da gestão da petista) e têm mais fama. No caso de Sérgio Aquino, que jamais disputou cargo algum, aparenta ser a síndrome do "Quem é esse camarada?" -- o temor ao desconhecido;

d) Barbosa sempre foi bom de voto (no Estado inteiro, só ficou atrás de Bruno Covas na eleição de 2010 para a Assembleia Legislativa) e, para tanto, sempre esteve lastreado por boas estratégias de campanha, farta disponibilidade de caixa e excelentes assessores. Ainda não teve a chance de mostrar se seus atributos particulares também farão frente à experiência e ao traquejo dos mais velhos -- um clube do qual não faz parte, mas nos quais tem referências como o falecido pai, o ex-prefeito Paulo Gomes Barbosa.

Vejamos o que dizem os próximos levantamentos.

3 comentários:

WAA - Wagner de Alcântara Aragão - Waguinho disse...

A pesquisa é espontânea ou estimulada? Se espontânea, dá para incluir mais um porém: muitos podem ter respondido sem saber que Aquino é o candidato do Papa. Se foi estimulada, por outro lado, surpreende o ainda baixo percentual do candidato governista. Outros poréns surgiriam se soubéssemos de mais dados da pesquisa: quantos asseguram que não mudarão de quantidade de forma alguma, distribuição das intenções de voto por faixa etária e classe social etc

WAA - Wagner de Alcântara Aragão - Waguinho disse...

onde se lê "mudarão de quantidade" leia-se "mudarão de candidato".

Rafael Motta disse...

Oi, Wagner. A pesquisa é estimulada, com indicação prévia dos nomes dos concorrentes. Mas, em levantamentos do tipo, não se diz ao entrevistado com antecedência quem é ou não o candidato governista. O objetivo é não influenciar o eleitor que responde à pergunta.