segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Da próxima vez, dizendo o mesmo



Tenho entrado cedo no jornal, saído antes do meio da tarde e, por isso, ainda não faço a menor ideia do que autoridades de Santos e região mandarão providenciar, a fim de que não se repita por aqui a tragédia de Santa Maria (RS).

Talvez não faça diferença. Porque, se tiver de acontecer alguma coisa, não dará tempo nem haverá gente suficiente para fazer nada.

Santos tem uma lei municipal, há quase 13 anos, com regras e normas de segurança para estabelecimentos que recebem grande público. Felizmente, nada grave ocorreu desde então.

É porque os donos desses locais fazem tudo direito ou é porque não houve nada que pusesse à prova seus sistemas de proteção? Em alguns, a vigilância só vê o que quer. Moças que afirmam ter sido estupradas neles que o digam.

Prova de que não dá para saber ao certo é o recado da prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB). Ela está em Brasília e, de lá, emitiu ordem para que casas noturnas sejam inspecionadas com rigor.

A despeito da boa vontade, não passa de uma reação à tragédia. Por que a prefeita teria de ordenar a quem fosse, e de tão longe de sua cidade, o cumprimento de uma obrigação rotineira?

A verdade é que estamos dependentes de nós mesmos quando o assunto é segurança particular. E temos memória fraca. Eu gostaria de pensar de outro modo, mas tenho para mim que voltaremos a este assunto na próxima desgraça, dizendo as mesmas coisas.

Um comentário:

Nando disse...

Voltaremos sempre ao assunto, Rafa. Porque essas mortes, ao menos, repercutem. No mesmo dia da tragédia gaúcha, umas 20 mil crianças morreram de fome mundo afora. Mas eu já desisti de tentar entender os critérios da imprensa pra decidir quais vidam são importantes e quais não são...