Cinco de junho será, outra vez, o Dia Mundial do Meio Ambiente. Que, na verdade, é como o Dia das Mães: sempre.
Há uma relação muito maior do que imaginamos entre o ventre materno e o seio da terra. E talvez nunca nos esquecêssemos disso se tivéssemos em mente os versos a seguir, escritos há mais de um século:
Tu que passas e levantas contra mim teu braço, antes de fazer-me mal olha-me bem.
Sou o calor de teu lar, nas longas e frias noites de inverno.
Sou a sombra amiga que te protege contra os rigores do sol.
Meus frutos saciam tua fome e acalmam tua sede.
Sou a viga que suporta o teto de tua casa; a tábua de que está feita a tua mesa; e a cama em que dormes e descansas.
Sou o cabo de teus instrumentos de trabalho e a porta de tua casa. Quando nasces, embala-te um berço feito de minha madeira, e quando morreres o teu ataúde o será também — e te acompanhará ao seio da terra.
Sou “pano de bondade” e flor de beleza.
Se me amas como mereço, defende-me dos insensatos.
Faz-me respeitar: sou a árvore.
(Domingos Faustino Sarmiento, político e intelectual argentino [1811-1888]. Texto reproduzido em ‘Obras Completas de Monteiro Lobato’, Volume 15, Editora Brasiliense, 1968)
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