domingo, 23 de maio de 2010

Cirurgia plástica

A 'Folha de S. Paulo' mudou. Graficamente. Claro: nos textos que li na Internet sobre sua reformulação visual, vieram juntas as promessas de renovar esforços pela investigação jornalística, pela exclusividade nas notícias e pela pluralidade de opiniões.

Foi assim da outra vez. E da anterior. A cada reforma do planejamento gráfico de qualquer jornal que se considere relevante e necessário, novas juras de rabo preso com o leitor — e só com ele — vêm a tiracolo.

Não olhei um só texto do jornal de hoje. Portanto, não faço juízo sobre seu conteúdo. Na verdade, nem sobre a própria 'repaginada' na 'Folha'.

Como escreveu o diretor de Redação do jornal, Otávio Frias Filho, numa de suas considerações sobre o novo projeto, os jornalistas são (ou deveriam ser) céticos quanto às coisas. E avaliar uma publicação pelo que mostra em sua primeira edição sob novo formato não é prova nem garantia de que ela será sempre de determinado jeito.

O motivo é que os vícios da cobertura geral pela Imprensa não se acabam após uma cirurgia plástica. Assim se dá com os homens: não há bisturi ou botox que conserte o caráter.

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