Todo dia (e principalmente da parte de quem não votou nela), leio alguma referência à presidente Dilma Rousseff (PT) na qual ela é chamada de 'Dilmão'.
Claro: desconfiam de que, por seu jeito duro de ser e agir, ela não seria uma mulher, digamos, 'feminina'.
Não estou nem aí para a sexualidade da presidente da República, contanto que isso não a impeça de exercer um governo decente e honesto -- apesar dos políticos que a circundam. FHC teve filhos fora do casamento, mas o resultado de sua administração não se relaciona de forma nenhuma com seu descontrole genital.
E acho curioso que certas pessoas, ao mesmo tempo em que defendem a diversidade sexual, olham para Dilma e não veem nada além do 'Dilmão'. Porque não tem modos de 'mocinha'. Porque tem filha, mas não tem namorado nem marido. No caso, digamos, o 'primeiro-cavalheiro'.
Não há pessoa, homem ou mulher, capaz de manter a doçura do espírito depois de ter sido perseguida, torturada e presa numa ditadura ignorante e agressiva (como todas). Ou se é frágil, delicada, frufru, ai-ai-ai, ou se sobrevive. Dilma sobreviveu.
Até porque, para ser mulher num país como este, é preciso ser muito macho.
Um comentário:
Temo que, em alguns meses, estaremos lamentando justamente a falta de macheza da Dilma como presidente. E o eleitorado sentirá saudades do Lula antes do previsto. Oremos.
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