Ao que parece, aqui está a resposta ao artigo que escrevi ontem (para lê-lo, é só rolar a página). É o resumo da matéria que ganhou a manchete de hoje do jornal 'A Tribuna': "No Porto, com salário menor", de autoria do colega Samuel Rodrigues.
Os salários dos profissionais admitidos por empresas do setor portuário e de áreas correlatas, no ano passado, na Baixada Santista, foram achatados em 25%, segundo levantamento feito por 'A Tribuna', com base em dados do Governo de São Paulo. O mercado contratou mais, aumentando em 3.100 postos o total de empregos ligados ao comércio exterior na região, mas as firmas pagaram aos novos funcionários menos do que recebiam os desligados.
O fenômeno foi observado nas nove cidades da Baixada Santista, em 13 das 14 categorias analisadas, segundo informações disponibilizadas pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), com base no Cadastro Geralde Empregados e Desempregados (Caged). A causa pode estar ligada à qualificação, ou simplesmente a uma decisão do mercado, que está buscando mão de obra mais barata para funções antes ocupadas por profissionais experientes e bem pagos.
Conforme os dados, o salário médio dos profissionais portuários demitidos na Baixada em 2010 foide R$ 1.502,50, enquanto os admitidos iniciaram ganhando, em média, R$ 1.129,87 (24,8% menos).
3 comentários:
E pensar que, há não muito tempo, os portuários santistas foram sobejamente invejados pelos seus ganhos.
Rafael,
Este processo é semelhante ao que ocorreu após 98, quando começou a ser implementada a tal "modernização" dos portos, conforme apontou pesquisa do Nese, feita no início da década passada. É o ajuste produtivo, no dizer dos neo-liberais.
Veja que não serão estes contratados que poderão bancar o custo de vida de Santos. Portanto, boa parte deve fazer o movimento pendular diário, vindo de outras cidades (fora os que já vivem e trabalham em Vicente de Carvalho), agravando a mobilidade urbana.
Isso me lembra da minha infância. Tinha um vizinho portuário que arrumava encrenca com todo mundo. Vivia a berrar pra quem quisesse ouvir: "Eu posso, sou estivador". E realmente podia. Já perto da aposentadoria estava pobre. Hoje, duas décadas depois os portuários já não "podem" mais.
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