terça-feira, 26 de abril de 2011

Trocar a gestão? Não resolve

É pertinente a preocupação do secretário de Saúde de Santos, Odílio Rodrigues Filho: como faltam leitos para internação na Baixada Santista, talvez fosse mais adequado que governantes da região controlassem o fluxo de vagas para melhor atendimento de pacientes. O alvo é o Hospital Guilherme Álvaro (HGA), mantido pelo Estado e que não tem servido plenamente à demanda.

Os detalhes estão neste link, que leva para a reportagem de hoje, em 'A Tribuna', de autoria da colega Suzana Fonseca.

O secretário, porém, errou em sua pretensão inicial: a de que a Prefeitura de Santos fique responsável pela gestão das vagas do HGA.

É simples entender por quê. Quantas matérias na imprensa regional já foram veiculadas sobre os problemas em prontos-socorros (sobretudo o Central, no Jabaquara, ao lado da Santa Casa) e em demais unidades de saúde santistas?

Tamanhas e tão frequentes confusões acontecem a despeito de o orçamento da Secretaria Municipal de Saúde ser privilegiado, quando comparado ao de outras prefeituras. E, em Santos, há uma população que dispõe de convênios médicos em índice acima da média regional. Proporcionalmente, portanto, o santista depende menos do serviço público do que nas demais cidades.

Se Santos pretende gerir as vagas do HGA só por ser o maior município local, o argumento é insuficiente. Numa região metropolitana, o ideal seria o que se tenta faz tempo, mas não se consegue: que um município pague as despesas do outro caso um paciente de sua cidade seja atendido nessa cidade vizinha.

É bom frisar que o secretário cogitou a hipótese de uma gestão regional, com a discussão do plano de operações do HGA com os demais secretários da Baixada. Mas essa, sim, deveria ter sido a primeira proposta, não um plano B.

A Administração santista poderá instituir um modelo de gestão no antigo Hospital dos Estivadores, que pretende reativar após comprá-lo da Previdência Social. Aí, sim, terá como demonstrar sua competência.

Ou não.

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