sexta-feira, 22 de julho de 2011

Recordação do futuro

Em setembro de 2009, quando trabalhava também na Rádio Litoral, fiz a matéria a seguir sobre a denúncia de problemas ambientais nas obras de um terminal da Embraport na Área Continental de Santos. O arquivo tem pouco mais de dois minutos e meio (e não, mais de cinco, como indicado por falha no processamento do vídeo):


E, no último fim de semana, as más profecias se concretizaram com um desbarrancamento na foz do Rio Jurubatuba, noticiado pelo jornal 'A Tribuna' em reportagem do colega Marcos Mojica (a quem conhecerei, se Deus quiser, ao voltar das férias). O incidente decorreu dos serviços de construção do terminal.

Não é só em Santos, eu sei, mas temos, aqui, a (des)graça de ser profetas do apocalipse. Hoje (22/7), em nova matéria do Mojica, vê-se o mesmo que se conta há décadas e não se resolve: no Pronto-Socorro Central, no Jabaquara, pacientes em macas nos corredores, médicos trabalhando em pé, estrutura deficiente.

A recém-empossada secretária municipal de Saúde, Maria Ligia Lyra Pereira, responde a tudo isso afirmando que o PS -- inaugurado, se não me falha a memória, entre o final da década de 1970 e o início da de 1980 -- está "eternamente em obras".

Esperamos "eternamente" por um bocado de coisas. Outro exemplo? Este editorial publicado por 'A Tribuna', sobre as favelas em crescimento na cidade (clique na imagem para ampliar):


O texto que você acabou de ler é de 5 de fevereiro de 1965. Há um mais antigo, sobre a ligação seca entre Santos e Guarujá.

Admito que a preocupação com a própria sobrevivência esfrie certas vontades populares de melhorar as coisas. Porém, onde se protesta, há resultado. Em Natal (RN), após manifestações, algumas por dias a fio, a Câmara Municipal abriu uma CPI contra a prefeita e se obteve a redução do preço da gasolina.

Ninguém matou, ninguém morreu. Faz tempo, mas já foi assim em Santos.

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