Na postagem anterior,
sobre as pesquisas eleitorais divulgadas no fim de semana para a
Prefeitura de Santos, comentou-se o nível de conhecimento dos
pré-candidatos perante o eleitorado. Em resumo, Telma de Souza (PT)
e Beto Mansur (PP), ambos ex-prefeitos, são os mais conhecidos dos
entrevistados – conforme respostas a essa questão feita pelo
Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT).
Mas outro item a ser
levado em conta, mais do que a posição de cada pré-candidato nos
levantamentos do IPAT e do Instituto Toledo & Associados,
consiste nisto:
O nível de rejeição
dos pré-candidatos – Terceiro colocado no levantamento, Mansur
não receberia votos, de jeito algum, de praticamente um terço dos
entrevistados pelo IPAT (32,8%). O voto em Telma é descartado por
24% dos consultados. Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), tecnicamente
empatado com Telma (atrás dela no IPAT e à frente no Toledo &
Associados), tem índice de rejeição mínimo: 3,3%. Supera, apenas,
Fábio Alexandre Nunes, o Professor Fabião (PSB, 2,9%) e está em
situação mais confortável do que Sérgio Aquino (PMDB, 6,9%),
Eneida Koury (PSOL, 6%) e José Antonio Marques Almeida, o Jama
(PRTB, 5,8%).
Apesar de a ordem de
rejeição dos candidatos nas duas sondagens ser quase a mesma, os
percentuais variam de forma significativa nas pesquisas IPAT e Toledo
& Associados. Nesta última, Beto Mansur é o mais rejeitado, com
25%; Telma tem 18,9%; Eneida, 2,9%; Aquino, 2,5%; Jama e Barbosa, 2%
cada; Fabião, 1,2%. A maior diferença está naqueles que não
rejeitam nenhum nome ou não sabem em quem jamais votariam: 30,5% na
consulta do IPAT e 45,6% na da Toledo.
O peso do atual
prefeito na disputa – A
questão foi feita somente pelo IPAT: “O prefeito João Paulo Papa
não pode ser candidato a reeleição. Em relação ao candidato
apoiado por ele...”, 17,9% disseram votar nesse nome “com
certeza”; 48,6% poderiam votar, e 25,7% (um em cada quatro
eleitores) não votaria “de jeito nenhum”; há outros 7,8%
indecisos. Se, numa hipótese, metade dos que “poderiam votar” no
indicado por Papa o fizesse e a outra metade não, o escolhido teria
uma ligeira desvantagem na corrida eleitoral.
Mas
quem é o abraçado por Papa? Quem acompanha o noticiário local
sabe, desde o ano passado, que Sérgio Aquino contará com apoio do
prefeito. Mas, nas respostas dadas ao IPAT, tem-se a sensação de
que tais informações ou não chegaram à maioria do eleitorado ou
não o convenceram. Entre as pessoas consultadas, 34,4% acham que o
preferido de Papa é Paulo Alexandre Barbosa, e 25,3%, Beto Mansur.
Só 7,5% indicaram Aquino, e 4,3% apontaram “outro nome”.
Entretanto,
28,5% disseram não saber quem Papa está apoiando. Em suma, o
prefeito e o estafe da campanha eleitoral peemedebista precisam
mostrar a 93,5% dos eleitores ouvidos pelo IPAT que Aquino é o
favorito do atual prefeito – e desfazer duas impressões, que
variam conforme o eleitor: a de que o escolhido fosse Barbosa, dada a
proximidade de Papa com o Governo Estadual (e com o próprio
pré-candidato nos últimos anos), ou Mansur, de quem Papa foi vice e
escolhido para se candidatar, em seu grupo político, às eleições
de 2004.
Conclua você mesmo
– Os números me levam a crer
no seguinte (e não exponho, aqui, nenhuma intenção de voto):
Mansur e Telma têm eleitorado cativo, mas aqueles que os rejeitam
também são firmes; Barbosa é relativamente bem conhecido, sua
rejeição perante os eleitores é muito baixa; Aquino, um ilustre
desconhecido da maioria, também não enfrenta alta resistência
(apesar de ser superior à repulsa provocada pelo pré-candidato
tucano).
Fabião, Jama e Eneida, que não tem eleitores cativos, não
irão dispor de máquinas oficiais governistas em níveis municipal,
estadual e federal e nem terão como investir significativamente em
suas campanhas, só venceriam por milagre.
Isso
não acontecerá, mas, se fossem mantidas durante a campanha
eleitoral as intenções de voto e as impressões que o eleitorado
tem de cada pré-concorrente, Telma, Barbosa e Aquino (não
necessariamente nesta ordem) começarão com vantagem a corrida pelo
Paço Municipal.
Sem
apoio do prefeito nem do Estado e carregando apenas seu prestígio
pessoal – que tem forte contraponto daqueles que o rejeitam –,
Mansur teria, neste momento, mais força como cabo eleitoral de algum
dos virtuais candidatos do que tentando voltar à Prefeitura. Só que
as pesquisas de opinião não conseguem medir os desejos e vaidades
dos prefeituráveis.
Veja
as pesquisas eleitorais:
http://videos.grupoatribuna.com.br/atribuna/2012/05/relatorio_santos_maio_2012.doc
http://www.jornaldaorla.com.br/materias/9637-paulo-alexandre-e-telma-lideram-na-primeira-pesquisa-de-2012/
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