terça-feira, 29 de maio de 2012

Pesquisas eleitorais - Santos (2)

Na postagem anterior, sobre as pesquisas eleitorais divulgadas no fim de semana para a Prefeitura de Santos, comentou-se o nível de conhecimento dos pré-candidatos perante o eleitorado. Em resumo, Telma de Souza (PT) e Beto Mansur (PP), ambos ex-prefeitos, são os mais conhecidos dos entrevistados – conforme respostas a essa questão feita pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT).

Mas outro item a ser levado em conta, mais do que a posição de cada pré-candidato nos levantamentos do IPAT e do Instituto Toledo & Associados, consiste nisto:

O nível de rejeição dos pré-candidatos – Terceiro colocado no levantamento, Mansur não receberia votos, de jeito algum, de praticamente um terço dos entrevistados pelo IPAT (32,8%). O voto em Telma é descartado por 24% dos consultados. Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), tecnicamente empatado com Telma (atrás dela no IPAT e à frente no Toledo & Associados), tem índice de rejeição mínimo: 3,3%. Supera, apenas, Fábio Alexandre Nunes, o Professor Fabião (PSB, 2,9%) e está em situação mais confortável do que Sérgio Aquino (PMDB, 6,9%), Eneida Koury (PSOL, 6%) e José Antonio Marques Almeida, o Jama (PRTB, 5,8%).

Apesar de a ordem de rejeição dos candidatos nas duas sondagens ser quase a mesma, os percentuais variam de forma significativa nas pesquisas IPAT e Toledo & Associados. Nesta última, Beto Mansur é o mais rejeitado, com 25%; Telma tem 18,9%; Eneida, 2,9%; Aquino, 2,5%; Jama e Barbosa, 2% cada; Fabião, 1,2%. A maior diferença está naqueles que não rejeitam nenhum nome ou não sabem em quem jamais votariam: 30,5% na consulta do IPAT e 45,6% na da Toledo.

O peso do atual prefeito na disputa – A questão foi feita somente pelo IPAT: “O prefeito João Paulo Papa não pode ser candidato a reeleição. Em relação ao candidato apoiado por ele...”, 17,9% disseram votar nesse nome “com certeza”; 48,6% poderiam votar, e 25,7% (um em cada quatro eleitores) não votaria “de jeito nenhum”; há outros 7,8% indecisos. Se, numa hipótese, metade dos que “poderiam votar” no indicado por Papa o fizesse e a outra metade não, o escolhido teria uma ligeira desvantagem na corrida eleitoral.

Mas quem é o abraçado por Papa? Quem acompanha o noticiário local sabe, desde o ano passado, que Sérgio Aquino contará com apoio do prefeito. Mas, nas respostas dadas ao IPAT, tem-se a sensação de que tais informações ou não chegaram à maioria do eleitorado ou não o convenceram. Entre as pessoas consultadas, 34,4% acham que o preferido de Papa é Paulo Alexandre Barbosa, e 25,3%, Beto Mansur. Só 7,5% indicaram Aquino, e 4,3% apontaram “outro nome”.

Entretanto, 28,5% disseram não saber quem Papa está apoiando. Em suma, o prefeito e o estafe da campanha eleitoral peemedebista precisam mostrar a 93,5% dos eleitores ouvidos pelo IPAT que Aquino é o favorito do atual prefeito – e desfazer duas impressões, que variam conforme o eleitor: a de que o escolhido fosse Barbosa, dada a proximidade de Papa com o Governo Estadual (e com o próprio pré-candidato nos últimos anos), ou Mansur, de quem Papa foi vice e escolhido para se candidatar, em seu grupo político, às eleições de 2004.

Conclua você mesmo – Os números me levam a crer no seguinte (e não exponho, aqui, nenhuma intenção de voto): Mansur e Telma têm eleitorado cativo, mas aqueles que os rejeitam também são firmes; Barbosa é relativamente bem conhecido, sua rejeição perante os eleitores é muito baixa; Aquino, um ilustre desconhecido da maioria, também não enfrenta alta resistência (apesar de ser superior à repulsa provocada pelo pré-candidato tucano).

Fabião, Jama e Eneida, que não tem eleitores cativos, não irão dispor de máquinas oficiais governistas em níveis municipal, estadual e federal e nem terão como investir significativamente em suas campanhas, só venceriam por milagre.

Isso não acontecerá, mas, se fossem mantidas durante a campanha eleitoral as intenções de voto e as impressões que o eleitorado tem de cada pré-concorrente, Telma, Barbosa e Aquino (não necessariamente nesta ordem) começarão com vantagem a corrida pelo Paço Municipal.

Sem apoio do prefeito nem do Estado e carregando apenas seu prestígio pessoal – que tem forte contraponto daqueles que o rejeitam –, Mansur teria, neste momento, mais força como cabo eleitoral de algum dos virtuais candidatos do que tentando voltar à Prefeitura. Só que as pesquisas de opinião não conseguem medir os desejos e vaidades dos prefeituráveis.

Veja as pesquisas eleitorais:

http://videos.grupoatribuna.com.br/atribuna/2012/05/relatorio_santos_maio_2012.doc

http://www.jornaldaorla.com.br/materias/9637-paulo-alexandre-e-telma-lideram-na-primeira-pesquisa-de-2012/

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