Faz 15 anos que o
Congresso Nacional aprovou a emenda à Constituição Federal que
permite a reeleição de prefeitos e governadores para mais um
mandato seguido, no Brasil. Essa medida valeu para os chefes de
Executivo que já estavam no poder em 1997, como o então presidente
Fernando Henrique Cardoso – o principal personagem que se pretendia
beneficiar com a ideia.
Essa década e meia é
tempo suficiente para mostrar que, aliada ao caciquismo partidário e
à falta de ousadia de filiados, na Baixada Santista e no País
inteiro, algumas cidades da região têm sofrido prejuízos a
qualquer tentativa de renovação política.
Em 1996, por exemplo,
concorriam à Prefeitura de Santos nomes como Beto Mansur e Telma de
Souza; em Praia Grande, o prefeito era Alberto Mourão; em Bertioga,
José Mauro Orlandini; em Cubatão, um candidato era Nei Serra; em
São Vicente, um dos que concorriam era Márcio França.
Agora em 2012, esses
mesmos políticos tentam se tornar prefeitos novamente, com respaldo
de seus partidos. No caso de Márcio França, concorrerá à
Prefeitura seu filho, o vereador Caio França, um menino de 6 anos
quando o pai foi eleito prefeito pela primeira vez.
Apesar da menor
influência política de pai para filho neste caso (sobretudo, por
ter falecido), o ex-prefeito santista e ex-vereador Paulo Gomes
Barbosa deixou como herdeiro político Paulo Alexandre Barbosa, agora
pré-candidato ao Palácio José Bonifácio.
Porém, Praia Grande é
o maior exemplo de aglutinação em torno de interesses de um
político. Como fez em 2000, Alberto Mourão está disposto a deixar
a Câmara Federal (para a qual fora eleito em 2010) para concorrer à
Prefeitura, 'impedindo' a reeleição do prefeito em exercício.
Há 12 anos, Ricardo
Yamauti não pôde tentar o segundo mandato, em favor de Mourão;
agora, o prefeito Roberto Francisco dos Santos 'cederá' sua vez ao
padrinho político para que ele busque chefiar o Executivo pela
quarta vez. Voltará à condição de assessor de Mourão, como foi
durante 21 anos, até ocupar a cadeira principal do Palácio São
Francisco de Assis.
São Francisco, aliás,
é padroeiro da Ecologia. E o filósofo grego Aristóteles dizia que
“o Homem é um animal político”. Que o santo interceda em nosso
favor diante da fauna que se impõe.
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