terça-feira, 5 de junho de 2012

Quem poderá nos defender?

(Texto originalmente publicado no 'Dia a Dia', blog de política de A Tribuna On-Line)

A Baixada Santista está prestes a ficar sem nenhum deputado para representá-la, de forma efetiva e com dedicação exclusiva, na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Isso ocorrerá, ao menos, até outubro, caso todos confirmem suas pré-candidaturas a prefeito em três cidades da região:

. Santos – Beto Mansur (federal, PP), Paulo Alexandre Barbosa (estadual, PSDB) e Telma de Souza (estadual, PT);

. Praia Grande – Alberto Mourão (federal, PSDB);

. Guarujá – Protógenes Queiroz (federal, PC do B).

Há outros parlamentares eleitos pela Baixada, mas que não entram no cálculo por dois motivos. No caso de Márcio França (federal, PSB), por ocupar a Secretaria Estadual de Turismo; e Bruno Covas (estadual, PSDB), por ser secretário de Estado do Meio Ambiente e porque, no ano passado, transferiu o título de eleitor de Santos para São Paulo, no fracassado projeto de concorrer à Prefeitura da Capital.

Mesmo que deputados não precisem se afastar dos cargos durante as campanhas eleitorais, é improvável que consigam exercer adequadamente seus mandatos ao mesmo tempo em que concentram esforços em busca de outro cargo.

O deputado Alberto Mourão, por exemplo, admite tal dificuldade. Ele declarou à repórter Suzana Fonseca, na edição desta quinta-feira (31/5) de 'A Tribuna', que, “quando a campanha deslanchar, já estará no recesso. Depois do recesso, pego uma licença de 45 dias”.

É algo parecido com o que ocorreu logo após as eleições de 2010, quando se cogitou a nomeação de três deputados eleitos pela região (concretizada em janeiro seguinte) ao primeiro escalão do Governo Estadual: Barbosa, França e Covas. Eleitos para um posto, transferiram-se a outro.

São brechas que a legislação eleitoral, feita por quem tem pretensões políticas, não cobre.

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