terça-feira, 9 de outubro de 2012

Perspectivas difíceis para Márcio França

Não é tão desprezível a interferência do ex-prefeito de Santos Beto Mansur (PP) na surpreendente vitória do vereador Luís Cláudio Bili, seu colega de partido, na disputa pela Prefeitura de São Vicente.

Segundo fonte confiável, a história se resume em poucos, porém substanciais, capítulos:

Certo dia, Bili manifestou a intenção de ser prefeito de São Vicente. O deputado federal Márcio França – presidente estadual do PSB e pai de Caio França, a quem lançou para a Prefeitura com apoio de outros 20 partidos – interferiu e conseguiu que nenhuma sigla lhe abrisse as portas.

Nem mesmo o PP, ao qual Bili já era filiado. Porém, Mansur, uma espécie de liderança regional do partido, garantiu ao vereador que poderia concorrer à sucessão.

Ainda segundo a fonte, no entanto, França recorreu ao deputado federal Paulo Maluf, líder nacional pepista, para impedir a candidatura. Mansur soube e também falou com Maluf. Em tom ameaçador, disse ter garantido a legenda para Bili e que deixaria o partido caso não pudesse honrar a palavra.

Maluf deixou o acordo com França de lado: Bili candidatou-se.

Além da inesperada derrota em São Vicente, o PSB de França colecionou fracassos onde tinha mais chances: perdeu a Prefeitura de Peruíbe (Milena Bargeri não foi reeleita) e não conseguiu fazer o prefeito de Itanhaém (Marcelo Strama perdeu para o governista Marco Aurélio Santos por menos de 1.000 votos).

Com o prestígio de França claramente abalado – e, talvez, sem que queira dar força para Bili, destinando menos recursos federais a São Vicente –, Mansur poderá se escorar na conquista do novo prefeito para achar um espaço com o qual talvez nem sonhasse em São Vicente; caso cole sua imagem à de Bili, poderá ter um reforço de votos na busca pela reeleição à Câmara Federal, em 2014.

Márcio França, ao contrário, ainda pode ter um adversário regional em ascensão: o vereador Fábio Alexandre Nunes, o Professor Fabião, do próprio PSB – que, aliás, ficou à frente de Mansur na disputa da Prefeitura de Santos. E com a bênção de um desafeto de França, o vereador Benedito Furtado (PSB), que bancou a candidatura de Fabião e foi o concorrente mais votado do partido, disparadamente, para a Câmara santista.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aguardemos os próximos capitulos.