quinta-feira, 14 de março de 2013

Congestionamentos: onde está o Condesb?

(Texto originalmente publicado na seção "Papo com os Editores", do site do jornal "A Tribuna", de Santos, SP. Trata dos congestionamentos no trânsito, decorrentes do escoamento da safra agríciola para o porto de Santos)

Onde está o Condesb - sigla que representa o nome do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista, composto pelos nove prefeitos locais e por igual número de integrantes do Governo do Estado -, diante dos congestionamentos que vêm travando a Baixada?

Em 1996, ano em que a Baixada Santista se tornou oficialmente uma região metropolitana e o Condesb surgiu, passaram pelo Porto de Santos 36,3 milhões de toneladas de cargas. Para este ano, estatísticas oficiais apontam que o complexo portuário receberá 37,1 milhões só em safra agrícola.

Nestes últimos 16 para 17 anos, o porto cresceu quase três vezes de tamanho, no que se refere a importações e exportações; de todo o volume de açúcar, soja e milho em circulação no porto, quatro em cada dez toneladas vêm pelas estradas.

E, no mesmo período, nem prefeitos nem governadores conseguiram planejar nada significativo nem relevante para aliviar tal impacto. Como se comentou recentemente neste espaço, os prefeitos atuais decidiram fazer um "diagnóstico" das prioridades locais. Como se não soubessem o que há.

Por quê? Simples: a maioria dos prefeitos, em conjunto com os governadores, tratou mais de questões cosméticas, promessas não cobradas, tapinhas nas costas uns dos outros; tudo gravado em vídeo, para constar da propaganda eleitoral dos favoritos do Estado para a gestão das cidades.

Esse relacionamento, falseado por um protocolo não escrito de boa convivência política, acaba de produzir para o Condesb uma presidente alinhada ao Palácio dos Bandeirantes, mas que jamais desempenhara cargo eletivo nem função executiva - isto é, de decisão, de palavra final.

Daí porque a prefeita de Peruíbe, Ana Preto (PTB), como de resto os demais governantes da região, não se manifestaram por conta própria, em momento algum, a respeito de ações práticas contra o isolamento da Baixada durante a safra agrícola. Não há quem bata no peito e diga: "Eu assumo!".

Do contrário, talvez afirmasse "eu sumo". A inação de políticos locais é responsável por vivermos em uma região campeã em mortalidade infantil, com o pior nível de escolaridade do Estado, com a menor expectativa de vida paulista. E, agora, onde não se pode mais ir, vir nem viver sem atropelos.

Um comentário:

José Marques Carriço disse...

Rafael,
Segue no link abaixo uma contribuição para esta discussão.
Abraço,
Carriço

http://olharpraiano.blogspot.com.br/2013/03/gargalo-logistico-o-buraco-e-mais-atras.html