(Texto originalmente publicado na seção "Papo com os Editores", do site do jornal "A Tribuna", de Santos, SP. Trata dos congestionamentos no trânsito, decorrentes do escoamento da safra agríciola para o porto de Santos)
Onde está o Condesb - sigla que representa o nome do Conselho de Desenvolvimento
da Região Metropolitana da Baixada Santista, composto pelos nove prefeitos
locais e por igual número de integrantes do Governo do Estado -, diante dos
congestionamentos que vêm travando a Baixada?
Em 1996, ano em que a
Baixada Santista se tornou oficialmente uma região metropolitana e o Condesb
surgiu, passaram pelo Porto de Santos 36,3 milhões de toneladas de cargas. Para
este ano, estatísticas oficiais apontam que o complexo portuário receberá 37,1
milhões só em safra agrícola.
Nestes últimos 16 para 17 anos, o porto
cresceu quase três vezes de tamanho, no que se refere a importações e
exportações; de todo o volume de açúcar, soja e milho em circulação no porto,
quatro em cada dez toneladas vêm pelas estradas.
E, no mesmo período, nem
prefeitos nem governadores conseguiram planejar nada significativo nem relevante
para aliviar tal impacto. Como se comentou recentemente neste espaço, os
prefeitos atuais decidiram fazer um "diagnóstico" das prioridades locais. Como
se não soubessem o que há.
Por quê? Simples: a maioria dos prefeitos, em
conjunto com os governadores, tratou mais de questões cosméticas, promessas não
cobradas, tapinhas nas costas uns dos outros; tudo gravado em vídeo, para
constar da propaganda eleitoral dos favoritos do Estado para a gestão das
cidades.
Esse relacionamento, falseado por um protocolo não escrito de
boa convivência política, acaba de produzir para o Condesb uma presidente
alinhada ao Palácio dos Bandeirantes, mas que jamais desempenhara cargo eletivo
nem função executiva - isto é, de decisão, de palavra final.
Daí porque a
prefeita de Peruíbe, Ana Preto (PTB), como de resto os demais governantes da
região, não se manifestaram por conta própria, em momento algum, a respeito de
ações práticas contra o isolamento da Baixada durante a safra agrícola. Não há
quem bata no peito e diga: "Eu assumo!".
Do contrário, talvez afirmasse
"eu sumo". A inação de políticos locais é responsável por vivermos em uma região
campeã em mortalidade infantil, com o pior nível de escolaridade do Estado, com
a menor expectativa de vida paulista. E, agora, onde não se pode mais ir, vir
nem viver sem atropelos.
Um comentário:
Rafael,
Segue no link abaixo uma contribuição para esta discussão.
Abraço,
Carriço
http://olharpraiano.blogspot.com.br/2013/03/gargalo-logistico-o-buraco-e-mais-atras.html
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