quinta-feira, 20 de junho de 2013

É legítimo. Que fechem tudo

Quando eu soube que o Movimento Passe Livre pretende fechar a entrada de Santos hoje (20) à noite, critiquei a ideia. O prefeito disse que poderia receber membros do grupo, mas eles não aceitaram, por achar que teriam de se fortalecer antes. Pensei: "Ué, se não têm força para conversar, porque teriam para parar tudo?".
 
Fiquei ainda mais pasmo porque o presidente da CET já havia confirmado que, além de não haver aumento de tarifa, ela ficará congelada por mais nove meses. Cheguei a dizer a colegas e parentes que essa ideia do bloqueio era um ato de imbecilidade. Que fizessem uma pauta de reivindicações e, afinal, a apresentassem à Prefeitura.
 
Pensando melhor, não é, não. Todos os atos feitos em Santos têm sido pacíficos; às vezes, é preciso ser incisivo (sem violência) quando se quer algo; e, se o ato de hoje não ganhar a "simpatia" das pessoas, grande coisa -- a vida não é um concurso de sorrisos, e nem tudo se consegue, ainda que honestamente,... na base da gentileza.
 
Passamos décadas sem protestar nas ruas por nada, e nunca nos faltaram motivos. Agora que, como se diz no jornalismo, alguém achou um "gancho" (o alto custo do transporte em São Paulo) e "a pauta rendeu" (as tarifas de ônibus vêm caindo país afora), isso pode ser o ponto de partida para outras reivindicações organizadas.
 
A verdade é que não acreditamos na classe política, de modo geral. As garantias que ela nos dá não nos representam nada. De minha parte, portanto, boa sorte aos manifestantes. Que deixem claro o que querem. Que causem transtornos, mas expliquem direito por que o farão.
 
Aos vândalos, saqueadores e ladrões que se aproveitam do momento, como os que roubaram o equipamento fotográfico de uma colega de redação do jornal durante um "protesto", ontem, em São Vicente, desejo outra forma de transporte -- o camburão, para a delegacia e, de lá, à cadeia.
 
Em tempo: como diz o colega Luiz Fernando Yamashiro, "a entrada de Santos tá fechada há alguns anos".

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