segunda-feira, 28 de outubro de 2013

IPTU em Santos e os exageros do mercado

(Texto publicado originalmente na seção "Papo com os Editores", no site do jornal "A Tribuna", de Santos)

Com a explosão dos preços dos imóveis, Santos se tornou uma cidade difícil para se estabelecer. Para quem não tinha casa própria, mudar para a periferia ou partir para outros municípios foi a saída.

Agora, com a perspectiva de uma revisão da Planta Genérica de Valores – instrumento que baseia o cálculo do IPTU, pode-se assistir a algo aparentemente impensável: o adeus por parte de quem poderá ter problemas para pagar o imposto.

Por isso, o secretário de Finanças, Álvaro dos Santos Silveira Filho, toma o cuidado de dizer que o reajuste será “escalonado”, mesmo sem antecipar de quanto será o aumento impresso nos carnês com as parcelas do IPTU de 2014.

Porém, não bastará aplicá-lo aos poucos. Mesmo que a correção dos valores venais (isto é, o quanto um imóvel vale oficialmente) seja feita em quatro ou cinco anos, chegará o momento em que o Imposto Predial se tornará difícil de honrar para contribuintes menos abastados.

Esse é outro fator que a Prefeitura precisa considerar ao atualizar a cobrança do IPTU. Afinal, a realidade do morador de Santos não é exatamente aquela que aparenta ser nos folhetos de lançamentos imobiliários, dado o padrão das construções que proliferam na Cidade.

O imposto cobrado deve ser justo e não pode se tornar um fardo insuportável. O cidadão comum não vive de especulações e não se delicia com a valorização imobiliária. Ele pode sofrer demasiadamente se a base de cálculo do IPTU tiver como parâmetro os exageros do mercado.

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