segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Missa de sétimo dia. Você está convidado

Ninguém pediu para nascer em lugar nenhum. É algo que acontece por algum desígnio (creio no divino). Não é culpa nem privilégio.

Mas, já que muitos de nós somos e estamos em Santos e suas redondezas, e parte de nós (eu não) é "orgulhosa de nascer e viver aqui", meus sentimentos.

Não é -- pois você pode pensar que é -- porque mataram dois turistas na estrada em menos de 24 horas, um canadense e um morador de Diadema.

Na verdade, estamos morrendo há muito tempo. De antemão, convido vocês para nossa missa permanente de sétimo dia, pois sempre assassinam alguém por aqui.

Em 2010, uma onda de violência na região fez o Consulado dos Estados Unidos em São Paulo emitir alerta para que norte-americanos evitassem viajar para cá.

Alguns defendem chamar esta região de Costa da Mata Atlântica, e não de Baixada Santista (o oficial e correto), para não haver confusão com a Baixada Fluminense.

É por causa da violência, alegam. Porém, qual a diferença? Existe uma: bem ou mal, a polícia do Rio está tentando ocupar as favelas. Aqui, a nossa ainda não consegue.

Estamos chegando ao ponto em que algum "iluminado" de lá vai querer mudar o nome da Baixada Fluminense para não ser confundida com a Baixada Santista.

Mas, voltando aos turistas, volta também a mobilização de sempre: autoridades se manifestam, dizem que a favela é crônica, prometem soluções e blablablá.

Ainda não ouvi um prefeito abrir a boca sobre as tragédias recentes. O governador, me desculpem, este está fazendo sua campanha num evento aqui, outro ali.

Por que Geraldo Alckmin não usa o canal que tem no Facebook (https://www.facebook.com/geraldoalckmin?fref=ts) para dizer quando vai agir?

Conforme o noticiário, os assassinos parecem ser adultos. Talvez se reduza, por ora, a neura da maioridade penal e se discuta como dar fim à certeza geral da impunidade.

Acostumado à inércia de quem foi eleito por nós para agir, e não para prometer, eu, lamentavelmente, guardo este texto desde já para a próxima ocorrência.

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