“Se
o empresariado, especialmente o empresariado do setor das
comunicações, entender que o custo da permanência da presidente é
maior do que o custo da sua saída, o PMDB desembarca”.
O que
pretendeu dizer Aloysio Nunes Ferreira, senador da República pelo
PSDB de São Paulo, ao fazer, da tribuna, um prognóstico do tipo no
dia seguinte aos protestos de domingo (16)?
Teria
o parlamentar ignorado que a alta direção do Grupo Globo, por
exemplo (e por razões não explicitadas), pediu aos políticos queajam com moderação em meio a esta crise política?
Estaria Ferreira
incomodado com o fato de que os protestos vistos país afora, ainda
que superiores aos de abril, tenham sido menos frequentadas que as de
março último?
Disporia
o senador de procuração do empresariado nacional e de um partido
que não o seu para declarar que o PMDB “desembarca” da base
governista caso entenda isso como menos custoso?
Se o governo cair e
o PMDB ficar à frente dele, seja com o vice-presidente Michel Temer
ou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o PSDB
tentaria fazer parte do grupo?
E,
se tentasse, o PSDB acenaria com algum tipo de vantagem ou anistia
financeira ao “empresariado, especialmente o empresariado do setor
das comunicações”?
Para o congressista, o que interessa mesmo é
o que pensa o empresariado, independentemente das implicações que
possa haver ao cidadão comum?
Preocupariam
pouco ou quase nada ao senador a instabilidade das instituições
políticas e a brecha que tal situação abriria aos assanhados por
“intervenções” inconstitucionais, fora da lei?
A
esperança está em que os cidadãos começam a perceber que não há
diferença de métodos e objetivos entre governistas e seus
adversários. Por conta própria, já há quem desmonte e
ridicularize discursos de ataque e defesa vindos de partidos
políticos.
Triste é ver a escassa participação da imprensa na
análise justa e no esclarecimento desses conflitos em busca de
poder.
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