quinta-feira, 20 de agosto de 2015

À espera de respostas

Se o empresariado, especialmente o empresariado do setor das comunicações, entender que o custo da permanência da presidente é maior do que o custo da sua saída, o PMDB desembarca”.

O que pretendeu dizer Aloysio Nunes Ferreira, senador da República pelo PSDB de São Paulo, ao fazer, da tribuna, um prognóstico do tipo no dia seguinte aos protestos de domingo (16)?

Teria o parlamentar ignorado que a alta direção do Grupo Globo, por exemplo (e por razões não explicitadas), pediu aos políticos queajam com moderação em meio a esta crise política? 

Estaria Ferreira incomodado com o fato de que os protestos vistos país afora, ainda que superiores aos de abril, tenham sido menos frequentadas que as de março último?

Disporia o senador de procuração do empresariado nacional e de um partido que não o seu para declarar que o PMDB “desembarca” da base governista caso entenda isso como menos custoso? 

Se o governo cair e o PMDB ficar à frente dele, seja com o vice-presidente Michel Temer ou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o PSDB tentaria fazer parte do grupo?

E, se tentasse, o PSDB acenaria com algum tipo de vantagem ou anistia financeira ao “empresariado, especialmente o empresariado do setor das comunicações”? 

Para o congressista, o que interessa mesmo é o que pensa o empresariado, independentemente das implicações que possa haver ao cidadão comum?

Preocupariam pouco ou quase nada ao senador a instabilidade das instituições políticas e a brecha que tal situação abriria aos assanhados por “intervenções” inconstitucionais, fora da lei?

A esperança está em que os cidadãos começam a perceber que não há diferença de métodos e objetivos entre governistas e seus adversários. Por conta própria, já há quem desmonte e ridicularize discursos de ataque e defesa vindos de partidos políticos. 

Triste é ver a escassa participação da imprensa na análise justa e no esclarecimento desses conflitos em busca de poder.

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