quarta-feira, 13 de maio de 2009

Do pré-sal à superfície

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá de ser rápido, se quiser cumprir a promessa que fez no ano passado e repetiu, ontem, em Cubatão: a de que o dinheiro que virá da extração de petróleo da camada pré-sal (a cerca de sete quilômetros de profundidade) servirá para investimentos em Educação e no combate à miséria.


O motivo é que o segundo mandato de Lula terminará no ano que vem. Não dá para dizer se o resultado das eleições presidenciais de 2010 será favorável ou não ao atual Governo: Dilma Rousseff, a eleita do Planalto para a sucessão, precisa cuidar da saúde; os tucanos têm de tratar dos bicos, tão usados para cutucar uns aos outros.


Por isso, Lula tem de agir depressa. Não pode esperar que os petrorreais (palavra que me ocorreu agora, pois me lembrei dos tão falados petrodólares que jorram do Oriente Médio) caiam na conta de escolas e de ações contra as desigualdades sem que haja lei para determinar isso. Se com leis já é difícil cumprir o que se deve...


Lula tem de ser ainda mais veloz porque as campanhas eleitorais — que, na prática, começaram no ano passado — terão início daqui a um ano. Muitos deputados e senadores que pretendem se reeleger não se lixam com muita coisa nem durante os mandatos. No período da propaganda política, só pensarão na própria pele.


Se o Governo Federal não tomar providências logo para assegurar o cumprimento das garantias dadas por Lula, o assunto se tornará promessa de campanha no ano que vem. E, como ocorre com tudo aquilo que o Poder Público demora a fazer, não sairá disso. O dinheiro do pré-sal financiará de tudo, menos o que nos interessa aqui na superfície.

4 comentários:

Luiz Otero disse...

Antes que alguem me acuse: não tive qualquer influência na criação do termo petrorreais...abs

Unknown disse...

Não dúvido do potencial do Otero para nada, inclusive para termos sem graça!!

Rafael Motta disse...

Vocês dois, hein?...

Ibrahim Tauil disse...

Aqui o assunto é o pré-sal, combustível fóssil. Lá fora é outro. O Baraka já sinalizou para outras alternativas. E a Europa também. Saiu na Veja, a Dinamarca pretende trocar toda a sua frota por carros elétricos. Com uma condiçào: o carro elétrico sairá de graça. Basta o cidadão continuar pagando o elétron pelo preço da gasolina. A diferença será o pgto. do carro. A Austrália deve seguir o mesmo caminho...ou carrinho...