No meu mundo bem particular, democracia requer participação, e crime é sinônimo de castigo.
Mas eu sou mesmo um sonhador...
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A Câmara de Santos levou anos para aprovar um instrumento básico de participação popular: a Tribuna Cidadã. A ideia é permitir a munícipes que se manifestem no plenário sobre temas de interesse coletivo. Porém, só pode fazê-lo quem faz parte de uma organização não governamental ou associação registrada. Eu, por exemplo, seria barrado. ONGs e entidades de classe sugerem a ampliação da Tribuna Cidadã para todos, sob regras e sem bagunça. Por que não mudar?
Dizem vereadores governistas:
"Você precisa ter o mínimo de controle. Aí, aparece amanhã um morador de rua que quer falar e não vai poder fazer isso. Tem que ser uma pessoa que tenha alguma representatividade. Não é difícil, basta pertencer a alguma entidade". (Manoel Constantino, PMDB, presidente do Legislativo)
"A Câmara não é porta de bar. Os vereadores já são representantes da população. Abrir para quem? Para falar o quê? Isso não é democracia, é baderna". (Marcus de Rosis, PMDB, líder do Governo na Câmara)
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O motorista aparentemente embriagado que provoca um acidente de trânsito, mesmo que fatal, não é obrigado a se submeter a testes para análise da concentração de álcool no sangue. Quase toda semana há algum bêbado que, em vez de tomar um táxi, toma outra dose e se arrisca ao volante. Ex-presidente do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o advogado e ex-deputado federal Vicente Cascione não acha necessário mudar a Lei Seca:
"Nao se pode elevar a pena de crime de trânsito a um patamar compatível com quem praticou homicídio doloso, ou seja, com o sujeito que pegou uma arma com a intenção de matar. (O advogado propõe que) quem matou porque dirigiu alcoolizado pode, por exemplo, ficar 20 dias preso, sem direito a fiança e com a habilitação cassada por dez anos".
Estará meu mundo bem particular meio deserto?
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