sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O fiel da balança?

Um antigo e atuante companheiro de jornada do deputado federal e ex-prefeito de Santos Beto Mansur (PP) me telefonou na tarde desta quinta-feira. Discordou parcialmente da última postagem no blog, na qual se comentava a rejeição, pela Câmara de Santos, do parecer no qual o Tribunal de Contas do Estado (TCE) propôs a reprovação das contas municipais de 2003, quando Mansur comandava a cidade. Entende que não apenas Mansur sairá ganhando com a decisão de segunda-feira passada, tomada por 13 votos contra quatro.

Sob condição de anonimato, esse relevante apoiador do parlamentar fez considerações que deverão ser negadas ou rebatidas pelos grupos e políticos que mencionou:

1. O PT, que esperneia contra o suplente Arnaldo Corrêa Neto por ter desobedecido à orientação do partido para manter rejeitadas as contas do ex-prefeito e avisou que apelará à Justiça para anular a sessão legislativa, estaria comemorando a situação nos bastidores. Por quê? “Interessa a eles que o Beto concorra porque isso divide a direita. Senão, o Paulo Alexandre (Barbosa, secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e pré-candidato do PSDB à Prefeitura) concorreria sozinho”.

(Um parêntese: o auxiliar do deputado parece desconsiderar a anunciada participação do secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos, Sérgio Aquino, do PMDB, como concorrente governista à sucessão do prefeito João Paulo Papa -- a propósito, ex-vice de Mansur e que o tem sucedido, desde 2005, no Palácio José Bonifácio.)

2. O mesmo vale para o PSB, cujo diretório municipal está disposto a punir o vereador Valdir Nahora por ter ignorado a ordem socialista, igual à do PT. Sem a “divisão da direita”, em tese, o pré-candidato Fábio Alexandre Nunes, o Professor Fabião, hoje titular da pasta do Meio Ambiente, teria dificuldades em se firmar como candidato à Prefeitura.

3. O PSDB liberou sua bancada para fazer o que quisesse. Os vereadores Arlindo Barros, Hugo Duppre e José Lascane estiveram com Mansur; Sadao Nakai, contra. “Quem é o mais próximo do Paulo Alexandre?”, pergunta, deixando implícito, nessa indagação, o nome de Nakai.

4. De volta ao PT, o auxiliar de Beto Mansur entende que o suplente Arnaldo Corrêa Neto não será substituído. Não porque o partido não o pretenda, mas por causa do texto da Resolução número 1, da Mesa Diretora da Câmara, concedendo ao titular, Adilson Júnior (PT), 15 dias de licença médica e convocando, em seu lugar, Corrêa Neto. Explicando melhor: em tese, a convocação desse suplente específico seria válida até o fim do afastamento de Adilson, impedindo o PT de chamar os suplentes que estão acima de Corrêa – Roselaine Laurino Augusto (que declinou da convocação) ou Cecílio Antônio da Rocha Melo (presidente local do PT, que, no dia da votação-surpresa do parecer do TCE, fazia exames para uma cirurgia).

São pontos de vista de uma parte bem interessada, dos quais fica o registro.

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Qual é? -- Na mesma semana em que a Câmara foi alvo da polêmica que abriu caminho para a candidatura de Beto Mansur à sucessão, o PMDB reuniu sete partidos aliados para anunciar um compromisso de apoio ao prefeiturável Sérgio Aquino: PC do B, PDT, PMN, PRP, PV e os novatos PPL e PSD.

Acertadamente, Aquino não participou do encontro, na sede peemedebista. Poderia representar propaganda eleitoral antecipada (como se não fosse isso o que fez a coligação informal firmada nesta quinta-feira), num tempo em que ninguém parece estar preocupado com isso.

Porém, não deu para entender a declaração do presidente do PMDB, Sidney Costa Gaspar, de que “a intenção não é formar uma aliança partidária para distribuir cargos, mas construir um projeto político sem medo de discutir uma nova proposta política para a cidade”.

Se o grupo político que apoia Aquino está no governo há 16 anos, qual tem sido a “proposta política para a cidade”?

Um comentário:

Anônimo disse...

Dá uma olhada no facebook do Sérgio Aquino e veja se isso não é campanha antecipada. "sucessor do prefeito Papa"...está lá