Agora, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos, Rogério Crantschaninov, divulga que um estudo, feito por "uma consultoria independente", dá conta da necessidade e da conveniência de mudanças deste porte no traçado do VLT pelo Centro:
Ilustração publicada na edição desta sexta-feira, 22/6, do jornal 'A Tribuna', de Santos |
Justifica-se que misturar VLT, ônibus coletivos e demais veículos na Rua João Pessoa será, em resumo, um desastre para o trânsito. Por isso se deseja partilhar a rota do veículo leve nas ruas General Câmara e Amador Bueno, em cada via com um sentido de direção e sem outros veículos, exceto bicicletas.
Tudo muito razoável, exceto por:
a) A General Câmara é parte do roteiro de uma linha férrea para bondes turísticos. A ampliação do percurso original custou por volta de R$ 10 milhões, num montante superior ao previsto inicialmente. Foi preciso encomendar trilhos especiais numa metalúrgica do Interior para manobras;
b) A Amador Bueno passa por obras de completa renovação. Em seus 1.491 metros (quase 1,5 km), terá 880 metros de drenagem subterrânea, 3,1 km de guias e sarjetas, 10,2 mil m² de calçadas e 13,7 mil m² de asfalto. Isso custará mais de R$ 3 milhões, segundo a Prefeitura.
No caso do item 'b', não é absurdo supor que tenha faltado comunicação entre CET e Prefeitura. A Administração ignorava a consultoria encomendada pela companhia de tráfego? Se não, por que, mesmo assim, decidiu gastar R$ 3 milhões num serviço que poderá ser destruído pelos trilhos do VLT?
Mais: há três meses, dizia-se que, entre março e abril, teria início a remodelação da Rua João Pessoa, com "suporte para implantação da segunda fase do projeto do VLT", conforme 'A Tribuna', em 25 de março último. Seriam gastos R$ 1,9 milhão, enviados pelo Estado -- responsável pelo VLT.
Se alguém souber onde fica essa imortal árvore de dinheiro plantada pelo Poder Público, por favor, me dê notícias. Vale matéria.
2 comentários:
Rafael, também quero saber...
Talvez, na verdade, a árvore seja outra, experimente mudar o foco da procura e creio que a encontrará:
A quem NÃO interessa que o VLT saia do papel? Ao conglomerado de empresas de ônibus municipais e interurbanos, o mesmo que a EMTU (Empresa METROPOLITANA??) diz fiscalizar mas ninguém sabe dizer a cor do uniforme dos fiscais, que multas aplicou, como garante que todas as cláusulas dos contratos de transporte sejam cumpridas.
A tal empresa metropolitana é controlada pelo governo estadual, não pela região metropolitana. E se atua em todo o estado, até seu nome está errado, é para enganar quem? Mais uma vez, temos eleições à vista e... 2+2 ainda somam 4 (achou a árvore?)
Daí, o VLT é continuamente mudado para garantir que nunca saia do lugar. Em Santos, alguém explique por quê a ciclovia da Av. Francisco Glicério, PLANEJADA para ser no centro da avenida, e assim construída, repentinamente e sem muitas explicações passou para cima dos trilhos onde circularia o VLT? Quem paga a conta do erro de fazer no centro da avenida ou do erro inverso de tirar de lá? (descobriu agora como a árvore é adubada para crescer cada vez mais?)
Pois é, Pimentel. Antes de alguém sonhar com algo do tipo em Santos, o engenheiro civil e arquiteto Francisco Prestes Maia escreveu o seguinte, no final da década de 1940, em artigos reunidos no livro 'Plano Regional de Santos' (São Paulo, 1950. Editora Saraiva S.A.):
"A [Estrada de Ferro] Sorocabana deixará de atravessar a cidade e penetrará na faixa portuária junto com a bitola larga, no Saboó. A linha atual, entre São Vicente e Macuco, poderá subsistir apenas como reserva, útil em casos de obstrução do cais por qualquer acidente ou congestionamento eventual.
"A faixa ferroviária passará a integrar a avenida Francisco Glicério, sob a forma de canteiro ou faixa ajardinada, sem fechos. O pátio da Avenida Ana Costa será doado à cidade para um grande parque, e o próprio edifício da estação tornar-se-á sede de um parque infantil ou clube esportivo".
O trem deixou de cortar a zona urbana de Santos só em 2008; o pátio da Ana Costa virou hipermercado e centro de convenções; na Francisco Glicério, há um reduto de usuários de crack, separado da calçada por um muro...
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