sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mais gente nas pontas, para variar

Coincidentemente, um dia após a postagem de ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou as estimativas nacionais de população. As projeções, feitas a cada 12 meses, são para 1º de julho deste ano.

Tomando-se os cálculos como corretos (pois o IBGE segue tendências de crescimento ou queda do número de habitantes; não é um novo Censo, pois essa contagem ocorre só de dez em dez anos), a Baixada Santista continua crescendo pelas pontas.

A região metropolitana, que é a 15ª maior do País, teria, agora, 1.692.425 pessoas -- aumento de 1,70% em relação aos 1.664.136 cidadãos registrados em 2010, ou 28.289 moradores.

Essa variação corresponde a mais da metade da população da menor cidade local, Mongaguá; ela foi única das nove da Baixada a não ter atingido os 50 mil habitantes. Mas, proporcionalmente, só ficou atrás de Praia Grande em crescimento populacional.

A tabela a seguir, com dados divulgados nesta manhã pelo IBGE, mostra isso:


Cidade
2010
2012
Diferença
Bertioga
47.645
50.304
2.659 (+5,58%)
Cubatão
118.720
120.293
1.573 (+1,32%)
Guarujá
290.752
294.669
3.917 (+1,35%)
Itanhaém
87.057
89.332
2.275 (+2,61%)
Mongaguá
46.293
47.984
1.691 (+3,65%)
Peruíbe
59.773
61.030
1.257 (+2,10%)
Praia Grande
262.051
272.390
10.339 (+3,94%)
Santos
419.400
419.614
214 (+0,05%)
São Vicente
332.445
336.809
4.364 (+1,31%)
BAIXADA
1.664.136
1.692.425
28.289 (+1,70%)

Mongaguá e Praia Grande (esta, com 10 mil novos moradores em apenas dois anos) são municípios vizinhos. Dá para deduzir que, talvez, haja gente que não mais consiga viver em Praia Grande e esteja descendo o mapa da Baixada Santista.

O território praia-grandense, bastante extenso, com 22 km só de praias, vem recebendo empreendimentos imobiliários de padrão superior à média. Ao mesmo tempo, não se investe, ali, em nada visível em moradia popular -- da qual precisam os mais pobres, em parte forçados a se mudar.

No entanto, em termos percentuais, Bertioga permanece insuperável: 5,58% de aumento na população em dois anos. Deverá superar o número de habitantes de Peruíbe até a próxima década. Parece distante, mas exige soluções de habitação, transporte, emprego, saúde e educação desde já.

Um comentário:

José Marques Carriço disse...

Enquanto isso, só para citar um exemplo, a SABESP tem que rebolar para integrar os sistemas de abastecimento de água de Guarujá e dos municípios do litoral Sul, com o sistema central, pois os mananciais locais não darão conta do déficit de produção, agravado pelo perfil balneário destes municípios.
Tudo a um custo milionário.
Não seria mais racional promover políticas urbanas para fixar a população no centro da região?