(Texto publicado originalmente na seção "Papo com os Editores", do jornal "A Tribuna", hoje)
O serviço de balsas entre Santos e Guarujá é mais um exemplo de serviço público
que não atendeu adequadamente ao crescimento da demanda. As vendas de veículos
novos estão em alta, mais pessoas têm carros e motos, e o sistema de travessias
marítimas não acompanha essa evolução.
É lastimável que seja preciso –
como pretende a deputada estadual Telma de Souza (PT) – fixar, por lei, o tempo
máximo de espera para se iniciar os 400 metros de percurso, pelo mar, entre as
pontas do canal de navegação que separa as duas cidades.
Também se deve
lamentar que ainda se esteja discutindo a proposta de que o embarque nas balsas
seja mais rápido. Faz 86 anos que se apresentou a primeira solução de engenharia
(um túnel) para unir os dois municípios. Aliás, essa ligação teria praticamente
o mesmo trajeto sugerido hoje.
Não dá para deixar de fazer um
parêntese: a interminável espera pelo túnel só não é maior do que o aguardo pelo
aeroporto regional em Guarujá. Em 1919, um então capitão-tenente da Marinha de
Guerra afirmava que Santos, “em breve”, se tornaria um importante centro de
aviação regional.
Feito o desabafo sobre o atraso crônico que contamina a
execução de ideias na Baixada Santista, pode-se dizer que uma “lei das balsas”,
com propósito semelhante à limitação da espera nas filas dos bancos, é
bem-vinda. Mas, se aprovada, outro desafio: como fiscalizar seu cumprimento?
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