segunda-feira, 20 de outubro de 2014

"Adversário a gente respeita"

A uma semana das eleições para a Presidência e com os dois candidatos (e seus assessores) em meio a tanta baixaria, é saudável, educativo e para nos dar vergonha lembrar um episódio ocorrido em Santos, no auge da ditadura.

Anos após ter sido eleito prefeito e cassado, Esmeraldo Tarquínio, um opositor do Golpe, almoçava com a família num restaurante. Era 1975, talvez. Encontrou-se com Sílvio Fernandes Lopes, ex-prefeito, "homem da Revolução" na cidade.

Tiveram uma conversa breve e cordial. O filho mais velho de Tarquínio era criança, mas já entendia a política da época, que se resumia a Arena (partido do governo) e MDB (de oposição). O menino olhava dura e fixamente para Lopes.

Quando este foi embora, o menino perguntou ao pai: "Por que o sr. falou com ele? Ele é da Arena!". Tarquínio respondeu: "Filho, ele não é meu inimigo. É meu adversário. E adversário a gente respeita".

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