quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Os anéis, os dedos, a mão

Foto: Arquivo Pessoal
A concentração de poder em um nome e/ou o comodismo de tantos outros filiados faz com que o PMDB de Santos esteja vivendo uma luta na qual tem duvidosas chances de sucesso: evitar sua desintegração entre este ano e o próximo.

Tudo se deve à morte, no último sábado (8), de seu presidente municipal, vereador Marcus De Rosis, que também presidia a Câmara de Vereadores. Lutava para emplacar um vice do partido na chapa que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) montará nas eleições do próximo ano.

Sem De Rosis, o mundo peemedebista caiu. Não é mais costume (deveria ser, mas é outro assunto) esperar que um homem de 54 anos, ativo e de quem não se tinha notícia de evidentes problemas de saúde morrer repentinamente, como aconteceu com o vereador -- alegrias de manhã, um infarto fatal à tarde.

Todos estamos sujeitos a isso. E, no caso do PMDB, sujeitar-se ganha outro significado. O maior deles, neste momento, talvez seja aceitar de volta uma ovelha desgarrada que não via oportunidade de ascensão pessoal dentro dele: o imediato suplente de De Rosis, Geonísio Pereira de Aguiar, o Boquinha.

Hoje (12), em "A Tribuna", Boquinha cogita retornar ao PMDB, pois sabe que a legenda está disposta a apelar à Justiça Eleitoral a fim de conservar o mandato. A sigla deverá alegar infidelidade partidária. O secretário-geral da agremiação no Estado, Jorge Caruso, indica que pode não aceitar Boquinha de volta. 

No entanto, descobriu-se que Fábio Duarte, terceiro suplente, continua em um dos partidos que integravam a coligação encabeçada pelo PMDB em 2012, o PSD. Se vingar a tese da fidelidade, é ele quem tomará o lugar deixado pelo vereador morto. E o PMDB ficaria, do mesmo jeito, com três nomes na Câmara.

Por isso, pode-se acreditar que o PMDB acabará recebendo Boquinha, homem bom de voto (e apenas por essa qualidade, ainda que possa ter outras), para que o partido não se desmanche ainda mais. Não deverá mesmo ter a vice-prefeitura. Então, terá de continuar vivendo no Legislativo, e sendo governista.

Mas um lembrete é o PP do tempo de Beto Mansur (1997-2004), quando detinha a Prefeitura. Chegou a haver um "jumbão" na Câmara, com, salvo engano, nove dos 21 vereadores naquele tempo. Tendo cada qual com seu interesse, o PP desfragmentou-se. Hoje, praticamente inexiste na cidade. Até Mansur saiu.

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